
Das profecias incautas ou da anestesia que o sistema quer nos dar - Áureo Alessandri.
Eis que surge a meu lado, o espectro de um médico francês que nasceu na mesma época em que o Brasil foi descoberto: Michel de Nostredame, com um imenso manuscrito de seu Les Prophéties embaixo do braço.

Fiquei
abalado, mas mesmo assim, diante do cenário político brasileiro, decidi ignorar
o aviso de Nostradamus e me arriscar.
E sobre qual profecia decidi me arriscar? Sobre o que acontecerá se Lula, o
bêbado frequentador de cadeia, vencer a eleição de 2022.
Bato na madeira, respiro fundo e finalmente começo a
Moro virou uma minhoca num ninho de cobras e hoje concorre periclitantemente ao
senado no Paraná. Perdeu o cargo de juiz, perdeu o cargo de ministro, perdeu a chance
de uma cadeira no STF, ficou marcado como traidor do governo e agora corre o
risco de perder a eleição para o senado.

Depois a terceira via se tornou João Dória, o lobista chinês, que tentou se cacifar eleitoralmente à presidência com a propaganda maciça de que tinha sido o pioneiro em trazer vacinas da Covid para o Brasil depois de alardear falsamente uma suposta inercia do governo federal em consegui-las.
Dória, mesmo sendo o único no PSDB a ter sido
colossalmente votado nas duas eleições em que participou e mesmo tendo vencido
legitimamente as prévias de seu partido, foi "tratorado" pelo próprio PSBD -
partido cujo dono é FHC, pai ideológico da esquerda tupiniquim, ficando com
cara de tacho e sem candidatura a nada.

Mas não soa estranho que dois possíveis candidatos com tanto potencial de vitória tenham sido apagados com grande empenho por seus próprios partidos? Pior: Foram apagados para que nomes absolutamente inexpressivos como Simone Tebet e Soraya Thronicke fossem alçados à condição de candidatos à presidência mesmo sem a mínima chance de passar dos 3% de votos.
O que teria acontecido com a terceira via?
Teriam os partidos sido burros? Teriam os partidos desistido de colocar alguém para
contrapor os polos políticos de Lula e Bolsonaro?Na verdade não. Ao contrário: A terceira via não só não desistiu como está
tentando seu ataque mais engenhoso e virulento, com um candidato que está
disputando a eleição com boas chances de vitória e que está pronto a assumir o
poder.
O problema é que esse candidato não é popular, não tem votos e já foi derrotado vergonhosamente na última eleição.
Sim. O candidato da terceira via é Geraldo Alckmin, uma rêmora que só teve seu
nome iluminado pela morte de Mário Covas e que depois disso só se submeteu ao ridículo
quando disputou a presidência.

Em
primeiro lugar é preciso entender que a terceira via é uma invenção do que
chamamos de "sistema" - um aglomerado mal distinto de mega empresários, banqueiros,
altos funcionários públicos de carreira, partidos políticos e entidades
satélites cujos interesses todos sabem bem qual é: explorar o erário o máximo
possível sem que a população se dê conta disso.Como Alckmin não tem votos suficientes, o sistema precisou infiltra-lo na chapa
de Lula, como uma rêmora em simbiose com um tubarão moribundo. De Lula, o
sistema só quer os votos.Ninguém melhor do que Alckmin para esse papel. Ninguém melhor que ele para
trazer neutralidade à polarização.
Sem discurso, sem ideologia, sem programa, sem caráter, sem personalidade, sem
nada que atrapalhe o "sistema" em sua jornada rumo ao interior dos cofres
públicos.
Longe do discurso beligerante de Bolsonaro contra o sistema e sem as suspeitas que certamente pairarão sobre Lula, o sistema ficaria livre para assaltar o país sorrateiramente enquanto Alckmin posa de pacificador neutro.

É a cartada final do sistema e a mais ousada de todas.