
Da perenidade da burrice ou porque o conhecimento brasileiro é inútil à humanidade - Áureo Alessandri.
Já faz um bom tempo que quero escrever sobre a educação superior no Brasil mas relutei e troquei socos comigo mesmo antes de escrever esse artigo porque sei que alguns dos poucos que o lerem podem querer me pendurar pelos pés no obelisco do Ibirapuera.
Mas decidi escrever mesmo assim porque quando me recostei na poltrona para escrever alguma coisa tive a visão de Nelson Rodrigues quase indistinto no meio da fumaceira dos vários cigarros já fumados me dizendo claramente: "O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota".

Desgraçadamente ele previu o óbvio mas as razões que explicam como a cretinice atingiu o status de livre docência merece algum detalhamento.
Na minha juventude faltavam universidades. A concorrência era enorme. Não havia vagas. O estudo de nível técnico era bastante valorizado, mas o ensino superior estava num ponto quase intangível para a maioria da população, mesmo para bons alunos do ensino médio.
O Brasil era taxado como um país de ignorantes justamente porque a grande maioria não tinha acesso às universidades e delas saia pouca pesquisa.
E foi aí que no começo do novo milênio veio o governo Lula e a burrice nunca fez tanto sucesso.
Na política, a transformação da imbecilidade em virtude veio com ele. No cinema veio com Forrest Gump, o idiota que deu certo.
Lula ascendeu como o triunfo dos parvos e a vingança da burrice. Foi a prova cabal de que os zés ninguéns que povoam os botequins podem governar um país.
Com toda a astúcia que cabe num criminoso semianalfabeto, Lula executou o gran finale brilhante de uma lição ensinada por Fernando Henrique Cardoso: Criou universidades públicas aos borbotões e abasteceu-as com um séquito de pseudo educadores para criar verdadeiras linhas de produção de militantes de esquerda, agradecidos a ele e prontos a defender a ideologia do partido que lhes deu a oportunidade de alcançar o diploma universitário, o mestrado e o doutorado.

O tempo passou, o plano deu certo. O acesso ao ensino superior aumentou drasticamente e o Brasil passou a expelir um tsunami de teses de doutorado e de mestrado para o mundo saborear. Finalmente não éramos mais o país dos ignorantes.
Agora, graças a Lula, o Brasil produzia teses importantíssimas em suas universidades federais como por exemplo: "Fazer banheirão: as dinâmicas das interações homoeróticas na Estação da Lapa e adjacências", "A Zuadinha é tá, tá, tá, tá: representação sobre a sexualidade e o corpo feminino negro", "A estética Funk Carioca: criação e conectividade em Mr. Catra" e "Experimenta-te a ti mesmo: Felipe Neto em performance no YouTube".
Não! Eu não inventei nenhum desses títulos. Você vai poder comprovar a existência delas fazendo uma busca no Google.
O povo brasileiro certamente aprovaria a aplicação de seu suado dinheiro em tão profundas teses, todas certamente fundamentais ao avanço do saber, e a população antes sem acesso à educação agora podia se orgulhar de ver seus filhos desfrutando da vastidão de conhecimento antes acessível apenas às elites egoístas.
Foi isso o que os ícones da esquerda fizeram com a educação do país: Amplificaram a fascinação pela burrice e criaram a erudição da ignorância, laureadas com diplomas de doutor.
Ao invés de elevar o nível do ensino básico e do ensino médio, o que houve foi um rebaixamento criminoso da universidade a um nível cultural rasteiro, inadequado e inútil.
Aliás não existe absolutamente NENHUMA contribuição essencial ao conhecimento humano que tenha partido do Brasil. Nada. Nós não representamos NADA para a humanidade em termos de conhecimento e a responsabilidade por nossa indigência intelectual nos últimos vinte anos é de Lula e de seu professor de gramscismo avançado, Fernando Henrique.
Mas há um aspecto ainda pior: Não foi esse o maior desserviço prestado pelas esquerdas à intelectualidade brasileira.
A pátria educadora petista foi responsável pela criação de um novo animal pertencente à já disforme fauna esquerdista: O analfabeto funcional com diploma superior.

Imbuído de um espírito profundamente auto indulgente e dotado de um pedantismo com ar professoral típico dos cretinos, o analfabeto funcional com diploma superior da era petista foi amamentado com o mais puro leite ideológico paulofreireano e foi chocado em incubadoras de realidades criadas ad hoc de cursos completamente inúteis ao progresso de qualquer sociedade.
Acreditando-se portador de um conhecimento que não passa de um pacote de pseudociência, invencionices sem sentido e papagaiadas sócio-antropológicas, o analfabeto funcional com diploma superior do petismo arroga ter sido iluminado e crê ter o poder divino para desmascarar a mentira inteligente de uma elite que não quer que os demais tenham o conhecimento vasto que ele mesmo acreditar ter.
"Vá estudar História!" - brada o jovem da fauna esquerdista enquanto espuma a perenidade de sua auto-inconsciente burrice pelo canto da boca.
Sem muito mais a acrescentar eu, já com o saco cheio, tiro o papel da máquina de escrever - O Nelson Rodrigues não me deixa escrever no computador quando ele está perto - e entrego o artigo pra ele ler.
Ele lê tudo com um certo ar de desdém de quem já viu esse filme e depois de apertar a brasa de mais um cigarro no fundo do cinzeiro sussurra rouco:
- Invejo a burrice desses jovens canalhas porque ela é eterna.
